EPÍSTOLAS do NEPE Caminho, Verdade e Vida: Foge das paixões da mocidade.

 






Foge das paixões da mocidade

 

A mocidade é uma fase importante da vida, é faixa etária marcada por muita vitalidade, onde os jovens apresentam muitos desejos pessoais, profissionais, matérias. Marcada às vezes, não tão somente, por satisfazer vontades, muitas vezes sendo destemidos, jamais pensando ou pensando pouco que nada de mal irá acontecer consigo ou com o próximo, às vezes uma fase de pensar apenas em suas vontades e desejos, agindo muitas vezes por impulso para satisfazer seus desejos egoicos.

Por ser uma fase da vida onde o jovem já apresenta discernimento entre o certo e o errado e, por conseguinte ter mais liberdade no ir e vir, pode ser tomado pelos impulsos imediatistas e agir de forma imprudente. É necessário tentar viver essa fase da vida com máxima sabedoria possível e para isto, lembrar-se que há pessoas de maior discernimento e maturidade para o orientarem nesta fase da vida, para utilizar de sua mocidade de forma mais correta em favor de si e de um mundo melhor.

É comum ver jovens julgarem-se saber mais da vida que seus pais, avós e irmãos mais velhos, por acreditarem que pelos conhecimentos já adquiridos nos livros escolares o faz mais sábio, esquecendo que a sabedoria vem da vivência, e as orientações que nos conduzem ao bem veem daqueles guardiões e orientadores espirituais, encarnados ou não, que nos instruem para o bem e que nos amam. O jovem deve ser humilde e reconhecer que por mais que tenha algum entendimento do mundo, os amigos e familiares de mais idade também já viveram e tem muita sabedoria a ser ofertada. Evitar a prepotência juvenil, e egoísmo de satisfazer seus desejos imediatos.

O jovem deve possuir o discernimento de utilizar suas energias de forma edificante ao invés de utilizar estas energias de forma a se ferir fisicamente, psicologicamente e espiritualmente. É comum vermos jovens testarem os limites do corpo no consumo de entorpecentes lícitos e/ou ilícitos para a sociedade, e da pratica sexual desvairada. Por isto o jovem deve ser educado a fazer bom uso de suas energias vitais, mas logicamente este possui o seu livre-arbítrio para agir da forma que se julgue melhor para si, mas a este deve ser dado o direcionamento da boa pratica da energia vital.

O jovem espírita é convidado a pensar sobre: que tipo de espíritos os impulsiona ao uso constante do álcool ou de atos sexuais sem compromisso? Os jovens são convidados a lembrar de que “tudo pode”, mas nem tudo te convém, lembrar que a diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem.

Pelos muitos anseios de alcançarem suas realizações profissionais e materiais, estes devem ter a orientação de conquistar principalmente os tesouros do céu, de colocarem a conquista das virtudes que conduzem a Deus, acima das conquistas da matéria e de que podem se realizar profissionalmente e conquistar seus anseios materiais sem fazer mal a ninguém e sem deixar de trilhar no bom caminho.

            Vamos lembrar-nos do Apostolo Paulo que escreve ao seu filho na fé, Timóteo, as seguintes orientações:

“Foge das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, a caridade, a paz, com aqueles que, de coração puro, invocam o Senhor.”

(II Timóteo 2:22)

Sabemos pelos registros que Timóteo era muito jovem quando orientado espiritualmente pelo seu mentor Paulo, acredita-se que tinha aproximadamente 18 a 20 anos (CHAMPLIN, 1991). Pela história de Paulo de Tarso sabemos de sua fase juvenil e seus anseios, logo entendia os desejos que Timóteo possivelmente viria a ter e o orienta na forma correta de seguir os caminhos do Mestre nazareno.

Ao orientar seu filho na fé a fugir dos paixões da mocidade, diz para que fuja dos desejos satisfazer suas vontades que não o conduzem para o caminho do bem. Orienta para que o jovem aprendiz reflita sobre o seu agir, se está na conformidade da justiça, da fé, da caridade e da paz, o convida direcionar seu coração ao caminho da pureza que o conduz a verdadeira vida. O orientador não está dizendo ao seu aprendiz que este não vá viver sua mocidade, mas sim o orienta a viver esta fase da vida no bom caminho.

Emmanuel no livro Caminho, Verdade e Vida psicografado por Chico Xavier, nos diz que:

“... mas não podemos esquecer que essa fase da existência terrestre é a que apresenta maior número de necessidades no capítulo da direção.”

Timóteo sentiu a necessidade de um pai espiritual, de um mentor, de um guia, e Paulo não só sentiu a necessidade de um novo colaborador como também reconheceu a potencialidade do jovem e futuro apóstolo e o abraça como um verdadeiro filho, ao ponto de chamar de Filho na Fé.

Eles nos exemplificam a humildade e a necessidade do jovem cristão reconhecer a necessidade do seu mentor aqui no plano terreno. Onde este pai espiritual pode ser os próprios pais, padrinhos, irmãos, avós, um trabalhador do Centro espírita ou outro alguém que o jovem reconheça como um guia que o conduz a Deus nos ensinos de Jesus e que dá o exemplo no dia a dia.

Como a fase da mocidade é uma fase de muitos desejos, de autodescobrimento e até de conflitos, é também uma fase, como disse o espírito Emmanuel, que apresenta a necessidade no capítulo da direção, e o jovem espírita deve ser humilde e procurar o direcionamento por aqueles que ele julga ser uma referência espiritual ao modelo do Cristo.

Temos o livre arbítrio e o guia de viver a nossa vida de forma correta é o Evangelho de Jesus e a doutrina espírita nos ajuda a compreender a nossa relação com as Leis Divinas, da nossa relação com os espíritos encarnados e desencarnados nos convidando diariamente na forma de agir e de seguir no bom caminho.

Como diz Dalai Lama: “Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e pensar no passado, poderá obter prazer uma segunda vez”.

O convite do Apóstolo Paulo se estende aos filhos da fé, aos jovens caminheiros do Cristo, a fugirem das paixões da mocidade e seguir a justiça, a fé, a paz e se manter de coração puro no caminho de Jesus.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Bíblia de Jerusalém, Nova edição, revista e ampliada. Tradução do texto em língua portuguesa diretamente dos originais. Tradução das introduções e notas de La Bible de jérusalem, edição de 1988, publicada sobr a direção da “école biblique de Jérusalem”. Edição em língua francesa Les Éditions Du Cerf, paris, 1988, ed. Revista e ampliada. 1º edição, 2002. 11º reimpressão, 2016.

[2] CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Candeia. São Paulo; 1991.

[3] XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel.

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Leonardo da Silva Garcia

(NEPE Caminho, Verdade e Vida).

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